Após discurso de Resende repercutir, Riedel defende que Estado não adotará "politicagem na vacinação"

Geraldo Resende repercutiu nacionalmente após defender o passaporte da vacina na Casa de Leis, mas Riedel afirmou que medida ainda não será implementada.

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Após discurso de Resende repercutir, Riedel defende que Estado não adotará

Secretario de Infraestrutura e presidente do comitê responsável pelo Programa de Saúde e Segurança da Economia (Prosseguir), Eduardo Riedel defendeu que a implementação do passaporte da vacina no Estado não deve ser pautada em questões políticas.

Conforme posição dada nesta quarta-feira (29), durante live do Prosseguir, Riedel alegou que a medida ainda não será implementada em âmbito estadual, porque "não é momento de ter passaporte".

"Temos que tirar a política dessa questão, não é a politicagem que vai definir os rumos do Estado em relação à vacina", disse.

O posicionamento foi dado após discurso do secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, feito na segunda-feira (27), na Câmara Municipal de Campo Grande.

Na ocasião, onde os parlamentares discutiam em audiência pública a implementação do passaporte da vacina na Capital, Resende viralizou após chamar seguidores do presidente de Jair Bolsonaro (Sem Partido) de fascistas.

"Vidas foram salvas, inclusive daqueles que querem interditar um debate tão importante hoje, porque muitos daqueles que gritam hoje, liberdade, liberdade, são aqueles que vão às ruas pedirem intervenção militar, pedir para fechar o congresso, pedir para fechar o Supremo Tribunal Federal, que liberdade é essa?".

"Não tenho medo do debate, aliás, eu sempre estarei lá para poder dizer, nazistas e fascistas da atualidade, vocês não vão prosperar, nosso povo haverá de derrotá-los e coloca-los na lata de lixo da história. Vamos fazer esse debate em todos os cantos do Mato Grosso do Sul, defendo o passaporte da imunidade", finalizou Resende.

Em poucas horas, Geraldo teve o vídeo compartilhado por grandes influenciadores das redes sociais, como os atores e humoristas do programa Porta dos Fundos, Gregório Duvivier e Antônio Tabet, além do jornalista George Marques.  

Ontem, somente em um destes perfis do Twitter, as falas de Resende haviam tido mais de 734 mil visualizações, a maioria delas elogiosas ao secretário.

Hoje, Riedel se mostrou respeitoso à Resende e apontou que a posição individual de cada membro do governo deve ser ouvida.

"A opinião do Resende é absolutamente valida, temos que respeitar. Se atingimos 94% de cobertura vacinal é porque foi feito um trabalho sério e objetivo, temos que parabenizar a SES e todos os secretários municipais de saúde", apontou.

Contudo, reafirmou que o passaporte não será implementado, pelo menos por enquanto, em Mato Grosso do Sul.

"O foco central do governo é fazer com que as pessoas se vacinem, não podemos perder isso de vista, não é restringir e achar que vamos argumentar em prol de uma posição política", alfinetou.

De acordo com o secretário, a discussão sobre o passaporte continua em aberto e, caso os índices infecciosos no Estado piorem, ele pode ser, de fato, instaurado.

"Essa discussão continua em aberto, estamos com lidando com uma doença muito traiçoeira. É um instrumento sim que pode ser utilizado, nunca descartamos se ia ter ou não", defendeu.  

a fala de Resende onde chama os antivacinas de “fascistas” viralizou nas redes, mas não teve ressonância no Estado

Nos corredores, políticos e autoridades que apoiaram o trabalhado conduzido por Resende durante a pandemia de Covid-19, consideram que ele passou do ponto ao chamar os seguidores do presidente Jair Bolsonaro que se posicionam contra o passaporte sanitário de “nazistas e fascistas”.

Em discurso que inflamou a claque bolsonarista durante a audiência pública, Resende, que no passado já esteve em partidos de centro-esquerda, como o antigo PPS e o PSB, ainda disse que o lugar dos que condenavam o passaporte da vacina era a “lata de lixo da história”.

“Qualquer política que tenha alguma decisão do governo das questões sanitárias passa pelo Prosseguir", disse Azambuja, ao ser perguntado sobre se o governo de Mato Grosso do Sul vai aderir, de fato, ao passaporte da vacina.

"O que existe é uma manifestação pessoal do secretário Geraldo favorável, mas não tem projeto de Lei, não tem decisão do governo, até porque a nossa decisão é fazer a busca ativa em quem não tomou a vacina ainda. Então nós vamos avançar nesse processo de busca ativa para quem não tomou nenhuma dose”, completou.