Candidatos a prefeitura de Campo Grande, nas eleições de 2024 expõem problemas da Capital e deixam Adriane Lopes na defensiva no 2º debate.

Prefeita Adriane Lopes fica em saia justa no 2° debate, aonde os candidatos a prefeito questionou os problemas da cidade.

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Candidatos a prefeitura de Campo Grande, nas eleições de 2024 expõem problemas da Capital e deixam Adriane Lopes  na defensiva no 2º debate.

Os oito candidatos participaram do debate realizado nesta segunda pela Morena FM e pelo site Primeira Página (Foto: Reprodução)


Os candidatos a prefeito destacaram os problemas de  Campo Grande nas áreas da saúde,  educação, economia e obras inacabadas e deixaram Adriane Lopes (PP) na defensiva durante o 2º debate, realizado na noite desta quarta-feira (21).

Em pontos altos do confronto, Beto Pereira (PSDB) responsabilizou a prefeita por sufocar os empreendedores. Já Rose Modesto (União Brasil) chamou a chefe do Executivo, que é evangélica, de mentirosa.

A prefeita aproveitou as oportunidades para falar dois anos de gestão e se eximiu dos seis anos em que participou da gestão de Marquinhos Trad (PDT), no qual era vice-prefeita. Ela também acusou o tucano e a ex-superintendente da Sudeco de desconhecerem a Capital por “passarem mais tempo em Brasília”.

Apesar de liderar as pesquisas divulgadas, Rose foi poupada pelos adversários durante o debate.

Em um único confronto tentado criar por Luso Queiroz (PSOL), de que ela foi vereadora e não lutou contra o Consórcio Guaicurus. A ex-superintendente da Sudeco reagiu dizendo que o grupo assumiu o transporte coletivo no final de 2012 e ela acabou eleita vereadora logo em seguida.

 
Beto e Adriane mantiveram a linha de confronto. Ambos estão na briga pela segunda vaga no segundo turno, considerando-se as pesquisas divulgadas até o momento.

O tucano ainda conseguiu driblar a prefeita e obter o apoio de Jair Bolsonaro (PL), o qual a progressista vinha pleiteando desde o ano passado.

Dos oito candidatos, sete citaram problemas enfrentados pela Capital. A deputada federal Camila Jara (PT) destacou a falta de novos investimentos na cidade.

A petista lamentou a falta de políticas para atrair novas indústrias. “A economia de Campo Grande não vai bem e não conseguiu atrair grandes empresas para se instalar aqui”, lamentou.

“Mato Grosso do Sul cresceu 30% acima da inflação nos últimos anos, enquanto a economia de Campo Grande teve redução de 1,59%”, lamentou Beto Pereira.

Em confronto com o tucano, Adriane destacou que a Capital vive pleno emprego e que a Capital sofre com o desvio de empresas para outras cidades pela gestão do PSDB para outras cidades.

“É crítica de quem não conhece Campo Grande, o deputado fica mais em Brasília”, alfinetou Adriane.

“O empreendedor não encontra ambiente favorável para os negócios”, criticou o tucano, que acusou a prefeitura de dificultar a vida dos empresários ao dificultar a emissão de alvará e habite-se. “Ninguém consegue vencer a burocracia da prefeitura”, atacou o deputado federal. Adriane reagiu e culpou o PSDB por desviar as empresas de Campo Grande.

Em um dos confrontos, Adriane e Rose trocaram farpas sobre a educação infantil.

A ex-deputada federal destacou que as sete obras inacabadas e abandonadas de escolas municipais de educação infantil, que estariam tomadas por lixo e dependentes químicos.

Rose se comprometeu em viabilizar R$ 30 milhões para concluir as obras e abrir 1,7 mil vagas para a educação infantil.

A ex-deputada ainda disse que iria buscar recursos por meio do Novo PAC, o programa lançado por Lula (PT), para viabilizar a construção de mais 10 escolas e zerar a fila de espera na educação infantil.

No contra-ataque, Adriane repetiu a estratégia usada contra Beto Pereira e acusou Rose de passar mais tempo em Brasília e desconhecer a realidade de  Campo Grande.

A candidata do União Brasil reagiu de forma mais incisiva: “a senhora está mentindo, porque visitei as sete escolas de  educação infantil e estão abandonadas”.

“Trabalhei e cuidei da saúde, que deveria ser papel da senhora”, afirmou, citando que conseguiu mais de R$ 390 milhões em emendas.

Camila e Beto Figueiró (Novo) criticaram o abandono da Maternidade das Moreninhas, que está fechada. “A saúde está abandonada e é uma tragédia em nossa cidade”, lamentou o candidato que se apresenta como único da direita.

No estilo “fora da casinha”, Figueiró sempre falou em realizar o tratamento de choque na educação e na saúde em mil dias – o prazo citado pelo candidato representa quase três dos quatro anos de mandato de prefeito. Pela forma, ele parecia se referir ao famoso “100 dias”.

O pecuarista tropeçou ao questionar Beto Pereira sobre como “votaria” o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a mais nova bandeira da direita brasileira e de Bolsonaro. O tucano respondeu que o assunto era competência do Senado e ele era deputado federal.

Figueiró criticou a Rota Bioceânica, projeto idealizado por Zeca do PT e que começou a sair do papel com investimentos federais realizados nas gestões de Michel Temer e até de Bolsonaro.

Ele classificou o projeto como “panaceia do futuro” e um projeto “mancomunado” pela Odebrecht em parceria com o PT.

O candidato sugeriu como alternativa a custo zero a via por meio de Ponta Porã e Paraguai, sem passar pelos portos chilenos, que não possuiriam o calado para receber grandes navios.

Ao ser questionado sobre a equidade de gênero no secretariado, Beto Pereira prometeu reduzir o número de cargos em comissão, extirpar a folha secreta que teria consumido mais de R$ 380 milhões e moralizar a folha de pessoal. “Não vai ter parente de prefeito ganhando salário de R$ 100 mil”, prometeu.

Adriane usou o tempo para ressaltar os feitos nos dois anos de gestão, como a reforma de 205 escolas, a construção de 150 salas de aulas modulares e o fechamento da Rua 14 de Julho, que ainda vai ser implementado, como medida para revitalizar o Centro.

Sem sofrer ataques, Rose ainda teve a oportunidade de apresentar as suas propostas, como o recapeamento das ruas e avenidas. Ela classificou o tapa-buracos como desperdício e destacou que, apesar de ineficaz, consumiu R$ 100 milhões em dois anos.

A ex-superintendente da Sudeco criticou a polarização  política, mas destacou que  sabe os caminhos nos ministérios para buscar recursos para o recapeamento e para solucionar os vários pontos de alagamentos na Capital.

Figueiró contesta mil dias e diz que informação está equivocada
O candidato a prefeito Beto Figueiró contestou a matéria sobre a citação de que fará nos primeiros mil dias. “Tal informação é equivocada, certamente pela minha eventual incapacidade de expor minhas ideias”, afirmou

Confira a nota íntegra:
“Na sua cobertura do debate do G1, sai a informação de que eu pretendo trabalhar pela saúde nos primeiros mil dias.

Tal informação é equivocada, certamente pela minha eventual incapacidade de expor minhas ideias.


Mas como eu admiro muito sua correção e imparcialidade, venho expor melhor meus propósitos:


Meu projeto é focado no cuidado máximo a nossa crianças, principalmente nos primeiros mil dias de vida.

Estudos revelam que nesta fase é que será definida a capacidade cognitiva do ser.

As variantes que influenciam essa construção, são a amamentação, a alimentação, o saneamento básico e o cuidado.

Ai reside a minha motivação.

Espero ter sido mais claro.

Atenciosamente

Beto Figueiró”

(editado para acréscimo da contestação de Figueiró às 10h23 do dia 22 de agosto de 2024)

Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.