Embora tenha sinalizado o deputado João Henrique Catan (PL) como possível candidato do Partido Liberal (PL) na Capital, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não oficializou a decisão. Ele declarou, em entrevista na semana passada, que João deve ser o candidato, mas ainda não bateu o martelo.

Segundo o presidente do PL em Mato Grosso do Sul, Marcos Pollon, Bolsonaro informou que na quarta-feira oficializará o destino do partido. “Eu não vou interferir. Mantenho que a decisão é 100% do Bolsonaro”, declarou Pollon.

Embora Pollon não queira se intrometer, outros fatores podem mudar a decisão. Na semana passada, a senadora Tereza Cristina, presidente estadual do PP, se encontrou com o presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto.

Tereza já havia anunciado que trataria a parceria dos partidos em Campo Grande como prioridade, já que é a única capital administrada pelo PP no País. A conversa pode ser decisiva, já que Bolsonaro está impedido, por decisão judicial, de conversar com Waldemar. Neste caso, Tereza pode ter se entendido com Waldemar para apoio a Adriane Lopes (PP) e o acordo não ter chegado a Bolsonaro, que anunciou João Henrique.

Quem também pode mudar os rumos do partido é o deputado estadual Coronel David (PL), que estava na disputa pela prefeitura. Ele havia anunciado que se Pollon não fosse o candidato, gostaria de disputar a prefeitura.

O anúncio de Bolsonaro, sem citar David, desagradou uma parcela de filiados ao PL, que consideraram a situação uma ingratidão com o deputado, que foi um dos primeiros a apoiarem Bolsonaro no Estado. A reportagem apurou que Bolsonaro ficou sabendo do caso e pode conversar com David ainda nesta semana.

Chamou atenção o anúncio de Bolsonaro um dia após reunião com Capitão Contar (PRTB), dando a entender que foi fundamental para a definição, já que ele e Catan são muito próximos. Para colocar mais ingrediente na polêmica, João Henrique disse, no mesmo dia que foi anunciado por Bolsonaro, que convidaria Contar para se filiar ao PL para ser o pré-candidato do partido ao Senado em 2026, passando na frente, por exemplo, de Pollon e Rodolfo Nogueira, deputados federais do PL e candidatos natural ao Senado, na ordem hierárquica.

A única certeza no PL é de que o anúncio de Bolsonaro, em um programa de rádio, surpreendendo todo mundo, inclusive o próprio João Henrique, causou grande desgaste, rachando o partido. Agora, fica a expectativa para o próximo capítulo, marcado para a próxima quarta-feira, se Bolsonaro não mudar de ideia.

Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.