De volta das férias, juiz deve liberar delação premiada que complica vereador do PSDB.

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De volta das férias, juiz deve liberar delação premiada que complica vereador do PSDB.

Juiz Fernando Moreira Freitas da Silva volta das férias e deve decidir sobre a liberação da delação premiada aos réus da Operação Tromper (Foto: Arquivo)


O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, volta das férias nesta segunda-feira (3) e deve liberar a delação premiada do ex-servidor municipal Tiago Basso Silva. As revelações complicam a situação do vereador Claudinho Serra (PSDB), monitorado por tornozeleira eletrônica e réu por corrupção e organização criminosa.

A colaboração premiada foi homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e levou os réus ao desespero no mês passado. Eles querem ter acesso à delação para definir a estratégia da defesa na 2ª ação penal da Operação Tromper.

No entanto, apesar da promotora Bianka Machado Mendes ter opinado pela liberação da delação premiada, a decisão cabe ao magistrado, que pegou férias de 15 dias. A expectativa é que o juiz disponibiliza a parte em que não envolve a prefeita Vanda Camilo (PP), que tem foro especial e só pode ser processada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

 
Apesar da Justiça ter determinado o bloqueio de R$ 12,5 milhões de Claudinho, conforme fontes, o advogado Tiago Bunning destacou que o parlamentar teria tomado conhecimento do sequestro pela mídia. Em petição encaminhada ao Poder Judiciário, ele pede a apuração do suposto vazamento de informações do processo.

O grande desafio dos advogados é ter detalhes das revelações de Tiago Basso, uma das peças chaves no suposto esquema de desvio de dinheiro de Claudinho Serra na prefeitura comandada pela sogra.

“Tendo em vista a ausência de deliberação, foi protocolado na data de 06/05/2024 nova petição (fls. 12.892/12.893), oportunidade em que foi ressaltado a este Juízo a ausência de acesso ao conteúdo da colaboração premiada pelos advogados mesmo considerando que a mídia já divulgava o conteúdo do acordo feito entre o MPE/MS e o corréu-colaborador”, pontuou Bunning.

“Diversas são as reportagens comprovando que a mídia possuí acesso aos detalhes do acordo de colaboração premiada firmado nos presentes autos, e a Defesa, mesmo constituída, segue cerceada do conteúdo dos autos”, acusou o advogado, apesar da imprensa não ter divulgado a delação premiada, mas apenas detalhes esporádicos e até especulações. Um site chegou a divulgar que a delação cita mais pessoas com foro especial além da prefeita.

“O absurdo é tamanho que a Defesa sequer consegue peticionar nos autos do acordo de colaboração premiada cujo número foi fornecido pelo Parquet (fls. 13.026/13.028), o que comprova que os autos estão em sigilo absoluto”, lamentou Tiago Bunning.

“Ocorre que até o presente momento a Defesa não foi intimada acerca da existência de medida cautelar de sequestro de bens. Contudo, verificou-se uma cautelar inominada criminal apensada a presente ação penal em 09/05/2024 (autos n. 0900241-61.2024.8.12.0045) – que aparentemente se trata dos autos da medida cautelar de sequestro – a qual permanece em sigilo aos advogados constituídos”, criticou o advogado.

“Em contrapartida, mais uma vez a imprensa possui informação privilegiada, inclusive, a detalhes da medida constritiva, como por exemplo o quantum de valor sequestrado, em verdadeira inversão da garantia constitucional do devido processo legal e, inclusive, alargando a abrangência da publicidade processual e da liberdade de imprensa”, ressaltou.

“Diante de todo o exposto, requeremos que este Juízo tome as devidas providências, com urgência, a fim de permitir o acesso aos autos da colaboração premiada (autos n. 0900237-24.2024.8.12.0045), de todas as medidas cautelares, em observância ao contraditório e a ampla defesa (art. 5º, inciso LV da CF)”, pediu o defensor de Claudinho.

Os vazamentos para a imprensa ocorrem com frequência em processos sigilosos que tramitam no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. No entanto, em Mato Grosso do Sul, Claudinho Serra ambiciona torna-la crime, conforme petição feita pelo advogado.

“Outrossim, requeremos que Vossa Excelência oficie à Corregedoria do TJMS para que apure o eventual vazamento de informações relacionadas a procedimentos sigilosos, conforme narrado acima”, apelou Tiago Bunning.

Com a volta do magistrado, a Operação Tromper deverá voltar ao noticiário neste mês com força total.

De volta das férias, juiz deve liberar delação premiada que complica vereador do PSDB.Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.