Partido de Delcídio trai vereador e rifa candidatura de André Luís na convenção.
André Luís trocou a Rede pelo PRD para ser candidato a prefeito, mas partido não cumpriu acordo (Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado)
O PRD traiu o vereador André Luís Soares Fonseca, o Professor André Luís, e rifou a candidatura a prefeito na convenção realizada neste domingo (4). Presidido no Estado pelo ex-senador Delcídio do Amaral, o partido negociou uma secretaria em troca do apoio à reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP).
“Fui vendido por causa do tempo eleitoral de 43 segundos”, lamentou André Luís, que tinha até anunciado o candidato a vice-prefeito, o advogado Luiz Correia Pereira (PRD) e manteve a candidatura até o fim. “Não retirei minha candidatura”, frisou o vereador.
Em março deste ano, na janela partidária, Professor André Luís trocou a Rede Sustentabilidade porque temia ser rifado pela federação formado com o PSOL. Só que os dois partidos acabaram lançado um candidato a prefeito, o cientista social Luso Queiroz (PSOL), e a vice-prefeita, a servidora pública Lya Santos (Rede).
André Luís se filiou ao PRD, que surgiu com a fusão do Patriotas com o PTB, graças à promessa de Delcídio do Amaral de ser candidato a prefeito da Capital. Só que o ex-senador da República, que se lançou candidato a prefeito de Corumbá, não cumpriu o acordo.
O PRD acertou com a senadora Tereza Cristina (PP) para integrar a aliança liderada por Adriane Lopes, que já contava com o Avante. “Ao longo desses meses, nós fizemos algumas avaliações e algumas conversas sobre possíveis coligações e ontem nós fizemos uma conversa com o Partido Progressista, no qual uma deliberação, inclusive da nacional do partido, optou por nós formamos uma coligação junto ao PP em Campo Grande e outras cidades do Estado”, disse o presidente do diretório municipal do PRD, Adauto Alves Souto, de acordo com o Correio do Estado.
De acordo com o jornal, Delcídio deixou claro que o acordo prevê uma secretaria forte em caso de reeleição de Adriane. “Mais do que nunca, a gente andar com as nossas próprias pernas elegendo vereadores e vereadoras. Isso é muito forte porque a majoritária pode fazer doações oficiais para candidaturas nossas, como o PRD também o fará, dentro da legalidade, e isso nos dá força para eleger nossos quadros. Então é por isso, e por nenhum outro motivo, que essa proposta foi colocada”, explicou o presidente regional da sigla.
Cotado para vice
Com o fracasso das articulações para conseguir um candidato a vice-prefeito de Adriane, após a recusa de Alcides Bernal (PP), Beto Figueiró (Novo) e Capitão Contar (PRTB), André Luís, um dos vereadores mais críticos da atual administração, passou a ser cotado, imediatamente como companheiro de chapa da prefeita.
Antes e depois de ser rifado da disputa, André Luís afirmou que não será candidato à reeleição na Câmara. “Sou contra a reeleição, por isso que a política está desse jeito”, lamentou o vereador.
Na convenção, ele deixou claro que é oposição a gestão de Adriane, que passa a contar com o apoio do seu partido. “Eu como vereador e cidadão tenho quatro ações contra essa coligação, que trabalha muito mal por Campo Grande, e a proposta é de nos juntarmos justamente a esse grupo.
Eu fico muito chateado com a proposta de nos juntarmos a esse grupo. Eu pensei que nosso partido fosse o PRD, o Partido da Renovação Democrática, mas pelo visto nós somos o Partido da Retórica Demagógica.
A gente fala na luta do Davi e Golias, mas a gente tá querendo se coligar com o Golias, assim a gente não reformar nada, vai fazer o mesmo que sempre foi”, criticou, conforme o Correio do Estado.

Adauto e Delcídio abandonam vereador em troca de uma secretaria no caso de reeleição de Adriane (Foto: Arquivo)
Uma lista de deserções
A disputa eleitoral deste ano é marcada por uma lista de candidatos descartados ao longo do processo. O primeiro a ser rifado foi o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), retirado da disputa pelo presidente estadual da legenda, senador Nelsinho Trad (PSD), para embarcar na candidatura de Beto Pereira (PSDB).
O segundo a deixar a disputa foi o deputado estadual Lucas de Lima (PDT), sob a justificativa de que não aceitava a filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou e retirou o apoio às candidaturas próprias do deputado estadual João Henrique Catan, do ex-deputado estadual Rafael Tavares, do amigo Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, e do deputado federal Marcos Pollon. Inicialmente, ele apoiaria a reeleição de Adriane, mas acabou optando por Beto Pereira, do PSDB.
O penúltimo a desistir foi o ex-governador André Puccinelli (MDB), que liderava as pesquisas e amarelou pela segunda vez na sua carreira para, também, subir no palanque tucano. No último segundo, Professor André Luís foi rifado para aumentar o tempo de TV de Adriane no horário eleitoral.
A eleição deve contar com oito candidatos, o menor número desde 2012, quando sete disputaram a prefeitura da Capital. Em 2020, a disputa teve 15 candidatos, enquanto em 2016 foram 14.
Os candidatos a prefeito da Capital
Adriane Lopes (PP)
Beto Figueiró (Novo)
Beto Pereira (PSDB)
Camila Jara (PT)
Jorge Batista (PCO)
Luso Queiroz (PSOL)
Rose Modesto (União Brasil)
Ubirajara Martins (DC)
Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.