A Senadora Tereza Cristina e Rose Modesto confirmam pacificação de partidos e manutenção de federação.

O PP e o União Brasil têm até abril do próximo ano para que a Federação União Progressista seja homologada pelo TSE.

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A Senadora Tereza Cristina e Rose Modesto confirmam pacificação de partidos e manutenção de federação.

Ao centro, Tereza Cristina e Rose Modesto, ladeadas por Santullo, Gerson Claro e Professor Riverton - Reprodução.

O risco de a Federação União Progressista, formada pelos partidos PP e União Brasil, acabar antes mesmo da homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está descartado, conforme garantiram ao Jornal TOPS DO MS NEWS as presidentes estaduais das duas legendas em Mato Grosso do Sul, a senadora Tereza Cristina e a ex-deputada federal Rose Modesto.

A consolidação da federação estava ameaçada em função do desentendimento público entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (RN), porém, na última semana, o posicionamento contrário à aliança perdeu força, pacificando a questão.

Presidente estadual do PP, Tereza Cristina garantiu que a Federação União Progressista está mantida. “Foram só fofocas dos descontentes”, assegurou a parlamentar, completando que a federação levou muito tempo para ser gestada e poder chegar ao ponto de ser anunciada.

“Ela ainda não foi homologada pelo TSE, mas está em vias de ser. A federação veio para ficar. Enquanto ela não estiver homologada, pode acontecer [de não ser formalizada], mas eu acho difícil. Isso são acomodações que vão sendo feitas ao longo desse período até a definição”, afirmou.

Rose Modesto, presidente estadual do União Brasil, também confirmou que está tudo pacificado dentro da federação. “O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, me garantiu que já está tudo resolvido”, assegurou, completando que as articulações dos dois partidos em Mato Grosso do Sul para as eleições de 2026 continuam normalmente.

BAIXAS
Apesar de pacificado nacionalmente, o conflito entre Caiado e Ciro Nogueira, que surgiu porque os dois líderes têm planos distintos para o próximo ano, já que o primeiro busca viabilizar sua candidatura à Presidência da República, enquanto o segundo sinaliza disposição para compor como vice-presidente em uma eventual chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), provocou baixas e acirrou disputas regionais, provocando desfiliações e desconfiança entre dirigentes.

Dirigentes nacionais dos dois partidos reconheceram as dificuldades, mas avaliaram que desfiliações e debandadas são naturais quando duas legendas grandes se unem e que, ao mesmo tempo que há saídas, novos quadros serão atraídos para os dois partidos.

Em uma federação, os partidos precisam ter a mesma posição nas eleições municipais, estaduais e para a Presidência por no mínimo quatro anos. Em troca, somam forças no Fundo Partidário, no Fundo Eleitoral, no tempo de propaganda e nas bancadas no Congresso Nacional, tornando-se um grupo influente e decisivo nas principais disputas eleitorais do País.

O pedido para que a aliança seja formalizada está em estágio inicial e ainda não há um relator definido no TSE. Para valer em 2026, a federação precisa ter o aval da Corte pelo menos seis meses antes da eleição, ou seja, em 4 de abril do ano que vem. A perspectiva dos dirigentes dos partidos é de que a autorização saia até lá.

Mesmo com as disputas regionais, as cúpulas nacionais das duas legendas dizem que a federação vai se concretizar e que a aliança entre União Brasil e PP será benéfica para as duas legendas.

Ex-prefeito de Salvador (BA) e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto rechaça a hipótese de a federação não se concretizar. “A discussão em relação à federação é fato superado. Agora, é a gente avaliar como fortalecer os projetos para 2026 em todo o Brasil. Não há nenhuma hipótese de reversão dessa decisão”, afirmou.

Integrantes envolvidos nas negociações para a federação admitem que houve um atraso para que a documentação fosse enviada ao TSE, mas dizem que isso ocorreu por problemas burocráticos de validação de assinaturas e que, agora, a única etapa restante é o aval da Justiça Eleitoral para que a aliança saia do papel. 

Além do aval da Corte, a federação ainda precisa cumprir uma série de exigências formais, entre elas, unificação de estatutos, distribuição de recursos do Fundo Partidário e definição de comando nas 27 unidades federativas.

Na cúpula da sigla, o desarranjo é visto pela ótica da disputa eleitoral. A insatisfação de Caiado, por exemplo, poderia ser explicada pela intenção do governador de ser candidato à Presidência a qualquer custo. Isso será mais difícil com a federação das siglas.

Há uma expectativa de que o governador, que tem relação antiga de proximidade com a cúpula do União Brasil, entre em acordo com os colegas de partido, não peça desfiliação e seja convencido a aceitar a federação com o PP.

“Essa tentativa de federação está levando à perda de deputados e a conflitos internos na maioria dos estados. Deveria se refluir, já que ainda está em fase de noivado, sem homologação. O mais prudente seria rever o processo e continuar aliados, respeitando as características de cada estado”, disse Caiado, que, sem o apoio de ACM Neto, perdeu força dentro da aliança para tentar implodir a federação.

Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.